quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

Projeto PIBID Artes Plásticas e Visuais – E.M.E.F. Zélia Rodrigues Furtado

UNIVERSIDADE DE CAXIAS DO SUL
PIBID-UCS – SUBPROJETO ARTES VISUAIS
                     PROJETO PIBID ARTES PLÁSTICAS E VISUAIS – Grupo 2

Coordenadora de área: Maria Helena Wagner Rossi – mhwrossi@ucs.br
Grupo 2 – Escola Municipal de Ensino Fundamental Zélia Rodrigues Furtado:
Supervisora: Patrícia Festugato Roth – patriciafestugatoroth@gmail.com
Bolsistas: Erika Kuwer, Jaqueline Salete Ulian, Jessica Correa, José Henrique Alves de Castihos e Marianna Elisabeth Stumpp.


Título
LER IMAGENS É LER O MUNDO: A LEITURA VISUAL COMO FORMA DE INTERPRETAÇÃO DO MUNDO
Apresentação
Atualmente estamos e vivemos inseridos em um mundo no qual as mudanças – sejam tecnológicas, sociais ou políticas – ocorrem constantemente; a cada segundo o novo torna-se velho. E com essas mudanças surge um mundo de imagens nunca antes explorado. A cada instante estamos recebendo informações visuais por todos os lados, seja pela TV, pela internet, pelo cinema, outdoors, revistas ou jornais, de uma forma tão acelerada, que talvez ainda não tenhamos a dimensão exata do que estamos vivendo em termos visuais. É a linguagem não verbal que vem ganhando força e garantindo seu espaço na transmissão de conhecimentos e informações, pois as imagens trazem sentidos, mensagens que podem influenciar nossas reflexões, entendimentos e comportamentos no âmbito social. À medida que passamos a interpretar imagens de diferentes contextos, atribuindo-lhes sentidos, estamos desenvolvendo, modificando e reconstruindo conceitos previamente estabelecidos, permitindo-nos uma crescente e constante evolução do pensamento.
O projeto Ler imagens é ler o mundo: a leitura visual como forma de interpretação do mundo visa inserir a prática da leitura de imagens e discussão estética nas turmas de 7ºs, 8ºs e 9ºs anos, objetivando desenvolver o pensamento estético e ampliar a leitura de mundo dos estudantes.
Justificativa
Ler imagens é ler o mundo. Nosso mundo está repleto de imagens. Por todos os lados, onde quer que se olhe, deparamo-nos com algum tipo de imagem transmitindo alguma mensagem. Saber interpretá-las permite desenvolver a capacidade crítica dos alunos, já que ela se transforma em uma conversa sem certo ou errado. Na leitura também são consideradas as relações que os alunos estabelecem entre as imagens, suas vivências e seus conhecimentos. Isso possibilita refletir sobre suas vidas, seus sonhos, suas expectativas, seus problemas e ideais de mundo, contextualizando eventos socioculturais e ampliando seus conhecimentos. Conhecendo o universo das imagens, o aluno conseguirá ter maior facilidade em compreender sua cultura e de outros, conhecerá diferentes estilos, conseguirá analisar seu contexto, ampliará suas habilidades de reflexão e crítica.
A importância deste projeto justifica-se também no fato de que inserindo a leitura de imagens na sala de aula a educação em arte estará respondendo a uma exigência da sociedade contemporânea, qual seja, desenvolver cidadãos mais críticos. Segundo Barbosa (1998), "saber ler imagens é uma exigência da sociedade contemporânea, tendo em vista a quantidade de informações que nos são transmitidas por meio dessa linguagem." A imagem torna-se pivô no ensino contemporâneo de arte quando se pensa em uma alfabetização visual.
As novas abordagens questionam não somente os objetivos do passado (desenvolver a criatividade, a percepção visual, a coordenação motora), mas também seus métodos, que priorizam apenas uma produção desvinculada de qualquer reflexão ou análise (ROSSI, 2003, p. 16).
É importante ressaltar que leitura de imagem é entrelaçada com mediação. Uma depende da outra para um bom rendimento e, junto a isso, o leitor (aluno) conta com suas experiências, com suas vivências, com a visão e entendimento que possui de mundo para realizar a leitura. Conforme Rossi,
"as perguntas feitas às obras são sempre oportunas, para cada pessoa, em cada momento da vida. Isso porque nada pode ser interpretado sem uma conexão com o mundo no qual se vive. A vida de uma pessoa é determinada, culturalmente, pela maneira como é criada" (ROSSI, 2008b, p. 1).
Objetivos
Geral
Construir conhecimento artístico e estético através da leitura de imagens.
Específicos
  • Interpretar imagens da cultural visual do seu contexto.
  • Discutir sobre leitura visual.
  • Reconhecer a diversidade de sentidos existentes nas imagens.
  • Estabelecer relações entre as imagens e seu contexto.
Metodologia
Inicialmente, a metodologia prevê observações das aulas de Arte com o objetivo de identificar o nível de pensamento estético dos alunos das turmas dos 7º, 8º e 9º anos. Após as observações serão realizadas aulas expositivas e dialogadas com diferentes imagens de obras de arte e visitas mediadas a galerias de arte e ao acervo municipal. Com isso será proporcionado aos alunos debates sobre estética. Tais visitas terão o objetivo de aprofundar a construção do pensamento estético bem como o contato com a produção de arte local.
A fim de promover um aprendizado significativo torna-se fundamental conhecer o nível de compreensão estética dos alunos, sua familiaridade com arte e outros aspectos revelados nas suas leituras; são os fatores que irão subsidiar a mediação em sala de aula. Cabe ao grupo – professora e bolsistas – provocar a curiosidade dos alunos frente às imagens, despertando novas alternativas de interpretação diante das representações visuais.
Para a leitura de imagens de obras de arte serão mostradas diferentes linguagens visuais: colagem, pintura, desenho, escultura, fotografia, gravura e outros. Serão propostos questionamentos embasados na teoria de Rossi (2003).
Os fatores considerados na escolha das imagens serão: idade, estrutura cognitiva, familiaridade com a arte, condições sociais e econômicas, culturais, entre outros (ROSSI, 2008a).
Avaliação
De acordo com os referenciais da Rede Municipal de Educação de Caxias do Sul (1993), “avaliar é uma necessidade de qualquer processo humano consciente: saber se está se atingindo aquilo que foi proposto, saber se a intencionalidade está se concretizando, analisar por que não e ver o que fazer. Avaliar é parte inevitável de todo empreendimento humano”. Nesse sentido, a avaliação deve facilitar ao professor um olhar que capte as reais necessidades de aprendizagem dos estudantes, como também suas próprias necessidades pedagógicas, com o intuito de superá-las. Segundo Perrenoud
através da avaliação o professor poderá perceber elementos para ver qual melhor caminho para ensinar, como os alunos aprendem melhor, qual seja, a avaliação que queremos é aquela que ajuda o aluno a aprender e o professor a ensinar (CAXIAS DO SUL, 1993).
Assim, respeitando o Regimento Escolar e o Plano de Trabalho da escola – que é organizada por Ciclos de Aprendizagem e prevê uma avaliação emancipatória – a avaliação que adotaremos será processual, contínua e individual:
  • Processual, por ser compreendida como um processo contínuo, e em mutação, de ação-reflexão-ação;
  • Contínua, porque serão considerados todos os momentos do processo ensino-aprendizagem, os avanços, as dificuldades e as possibilidades, visando à inclusão de cada um e de todos;
  • Individual, porque cada um tem um ritmo, um tempo diferente para assimilar os conhecimentos transmitidos e esta assimilação difere de um aluno para outro.
Os registros da avaliação serão feitos conforme a proposta pedagógica da escola, ou seja, processual e individual, a partir das falas e diálogos estabelecidos durante as aulas, verificando a construção do nível, a transição entre os níveis do pensamento estético e a busca de autonomia e de respostas mais maduras e sofisticadas (do ponto de vista cognitivo e estético).
Nessa perspectiva, a observação, a investigação e a problematização serão constantes em nossas avaliações, pois assim nos será permitido entender como o aluno está construindo suas hipóteses e qual a melhor maneira de intervir para ampliar suas construções. Também será utilizado como instrumento avaliativo um "Diário de Bordo", isso é, um registro feito ao final de cada aula, constando considerações sobre o processo e seus envolvidos.
Referências
BARBOSA, Ana Mae. Tópicos utópicos. Belo Horizonte: Editora C/Arte, 1998.

BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria do Ensino Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais. Brasília, 1998.

CAXIAS DO SUL. SECRETARIA DE EDUCAÇÃO. Referenciais da RME, Caderno 1. Prefeitura de Caxias do Sul, 1993.

ROSSI, Maria Helena Wagner. Imagens que falam: leitura da arte na escola. Porto Alegre: Editora Mediação, 2003.

______. A estética no ensino das artes visuais. In: Educação & Realidade - Dossiê Arte e Educação: arte criação e aprendizagem, Porto Alegre, v. 30, n. 2, jul./dez. 2005. p. 49-69.

ROSSI, M. H. W. A leitura estético-visual no ensinar e aprender artes. In: XIV ENDIPE, 2008, Porto Alegre. Trajetórias e Processos de ensinar e aprender: práticas e didáticas. Porto Alegre: ediPUCRS, 2008a. v. 2. p. 445-458.

ROSSI, M. H. W. Mediação Estética: o que temos? O que precisamos?. In: Anderson Pinheiro. (org.). Diálogos entre arte e público. Recife: Fundação de Cultura Cidade do Recife, 2008b, v. 1, p. 73-77.