UNIVERSIDADE
DE CAXIAS DO SUL
PIBID-UCS
– SUBPROJETO ARTES VISUAIS
PROJETO
PIBID ARTES PLÁSTICAS E VISUAIS – Grupo 2
Coordenadora de área: Maria Helena Wagner
Rossi – mhwrossi@ucs.br
Grupo
2 – Escola Municipal de Ensino Fundamental Zélia Rodrigues
Furtado:
Supervisora:
Patrícia Festugato Roth – patriciafestugatoroth@gmail.com
Bolsistas:
Erika Kuwer, Jaqueline Salete Ulian, Jessica Correa, José Henrique
Alves de Castihos e Marianna Elisabeth Stumpp.
Título
LER
IMAGENS É LER O MUNDO: A LEITURA VISUAL COMO FORMA DE INTERPRETAÇÃO
DO MUNDO
Atualmente
estamos e vivemos inseridos em um mundo no qual as mudanças –
sejam tecnológicas, sociais ou políticas – ocorrem
constantemente; a cada segundo o novo torna-se velho. E com essas
mudanças surge um mundo de imagens nunca antes explorado. A cada
instante estamos recebendo informações visuais por todos os lados,
seja pela TV, pela internet, pelo cinema, outdoors, revistas ou
jornais, de uma forma tão acelerada, que talvez ainda não tenhamos
a dimensão exata do que estamos vivendo em termos visuais. É a
linguagem não verbal que vem ganhando força e garantindo seu espaço
na transmissão de conhecimentos e informações, pois as imagens
trazem sentidos, mensagens que podem influenciar nossas reflexões,
entendimentos e comportamentos no âmbito social. À medida que
passamos a interpretar imagens de diferentes contextos,
atribuindo-lhes sentidos, estamos desenvolvendo, modificando e
reconstruindo conceitos previamente estabelecidos, permitindo-nos uma
crescente e constante evolução do pensamento.
O
projeto Ler
imagens é ler o mundo: a leitura visual como forma de interpretação
do mundo
visa inserir a prática da leitura de imagens e discussão estética
nas turmas de 7ºs, 8ºs e 9ºs anos, objetivando desenvolver o
pensamento estético e ampliar a leitura de mundo dos estudantes.
Justificativa
Ler
imagens é ler o mundo. Nosso mundo está repleto de imagens. Por
todos os lados, onde quer que se olhe, deparamo-nos com algum tipo de
imagem transmitindo alguma mensagem. Saber interpretá-las permite
desenvolver a capacidade crítica dos alunos, já que ela se
transforma em uma conversa sem certo ou errado. Na leitura também
são consideradas as relações que os alunos estabelecem entre as
imagens, suas vivências e seus conhecimentos. Isso possibilita
refletir sobre suas vidas, seus sonhos, suas expectativas, seus
problemas e ideais de mundo, contextualizando eventos socioculturais
e ampliando seus conhecimentos. Conhecendo o universo das imagens, o
aluno conseguirá ter maior facilidade em compreender sua cultura e
de outros, conhecerá diferentes estilos, conseguirá analisar seu
contexto, ampliará suas habilidades de reflexão e crítica.
A
importância deste projeto justifica-se também no fato de que
inserindo a leitura de imagens na sala de aula a educação em arte
estará respondendo a uma exigência da sociedade contemporânea,
qual seja, desenvolver cidadãos mais críticos. Segundo Barbosa
(1998), "saber ler imagens é uma exigência da sociedade
contemporânea, tendo em vista a quantidade de informações que nos
são transmitidas por meio dessa linguagem." A imagem torna-se
pivô no ensino contemporâneo de arte quando se pensa em uma
alfabetização visual.
As
novas abordagens questionam não somente os objetivos do passado
(desenvolver a criatividade, a percepção
visual, a coordenação motora), mas também seus métodos, que
priorizam apenas uma produção desvinculada de qualquer reflexão ou
análise (ROSSI, 2003, p. 16).
É
importante ressaltar que leitura de imagem é entrelaçada com
mediação. Uma depende da outra para um bom rendimento e, junto a
isso, o leitor (aluno) conta com suas experiências, com suas
vivências, com a visão e entendimento que possui de mundo para
realizar a leitura. Conforme Rossi,
"as
perguntas feitas às obras são sempre oportunas, para cada pessoa,
em cada momento da vida. Isso porque nada pode ser interpretado sem
uma conexão com o mundo no qual se vive. A vida de uma pessoa é
determinada, culturalmente, pela maneira como é criada" (ROSSI,
2008b, p. 1).
Objetivos
Geral
Construir
conhecimento artístico e estético através da leitura de imagens.
Específicos
- Interpretar imagens da cultural visual do seu contexto.
- Discutir sobre leitura visual.
- Reconhecer a diversidade de sentidos existentes nas imagens.
- Estabelecer relações entre as imagens e seu contexto.
Metodologia
Inicialmente,
a metodologia prevê observações das aulas de Arte com o objetivo
de identificar o nível de pensamento estético dos alunos das turmas
dos 7º, 8º e 9º anos. Após as observações serão realizadas
aulas expositivas e dialogadas com diferentes imagens de obras de
arte e visitas mediadas a galerias de arte e ao acervo municipal. Com
isso será proporcionado aos alunos debates sobre estética. Tais
visitas terão o objetivo de aprofundar a construção do pensamento
estético bem como o contato com a produção de arte local.
A
fim de promover um aprendizado significativo torna-se fundamental
conhecer o nível de compreensão estética dos alunos, sua
familiaridade com arte e outros aspectos revelados nas suas leituras;
são os fatores que irão subsidiar a mediação em sala de aula.
Cabe ao grupo – professora e bolsistas – provocar a curiosidade
dos alunos frente às imagens, despertando novas alternativas de
interpretação diante das representações visuais.
Para
a leitura de imagens de obras de arte serão mostradas diferentes
linguagens visuais: colagem, pintura, desenho, escultura, fotografia,
gravura e outros. Serão propostos questionamentos embasados na
teoria de Rossi (2003).
Os
fatores considerados na escolha das imagens serão: idade, estrutura
cognitiva, familiaridade com a arte, condições sociais e
econômicas, culturais, entre outros (ROSSI, 2008a).
Avaliação
De
acordo com os referenciais da Rede Municipal de Educação de Caxias
do Sul (1993), “avaliar é uma necessidade de qualquer processo
humano consciente: saber se está se atingindo aquilo que foi
proposto, saber se a intencionalidade está se concretizando,
analisar por que não e ver o que fazer. Avaliar é parte inevitável
de todo empreendimento humano”. Nesse sentido, a avaliação deve
facilitar ao professor um olhar que capte as reais necessidades de
aprendizagem dos estudantes, como também suas próprias necessidades
pedagógicas, com o intuito de superá-las. Segundo Perrenoud
através
da avaliação o professor poderá perceber elementos para ver qual
melhor caminho para ensinar, como os alunos aprendem melhor, qual
seja, a avaliação que queremos é aquela que ajuda o aluno a
aprender e o professor a ensinar
(CAXIAS DO SUL, 1993).
Assim,
respeitando o Regimento Escolar e o Plano de Trabalho da escola –
que é organizada por Ciclos de Aprendizagem e prevê uma avaliação
emancipatória – a avaliação que adotaremos será processual,
contínua e individual:
- Processual, por ser compreendida como um processo contínuo, e em mutação, de ação-reflexão-ação;
- Contínua, porque serão considerados todos os momentos do processo ensino-aprendizagem, os avanços, as dificuldades e as possibilidades, visando à inclusão de cada um e de todos;
- Individual, porque cada um tem um ritmo, um tempo diferente para assimilar os conhecimentos transmitidos e esta assimilação difere de um aluno para outro.
Os registros da
avaliação serão feitos conforme a proposta pedagógica da escola,
ou seja, processual e individual, a partir das falas e diálogos
estabelecidos durante as aulas, verificando a construção do nível,
a transição entre os níveis do pensamento estético e a busca de
autonomia e de respostas mais maduras e sofisticadas (do ponto de
vista cognitivo e estético).
Nessa perspectiva, a
observação, a investigação e a problematização serão
constantes em nossas
avaliações, pois assim nos será permitido entender
como o aluno está construindo suas hipóteses e qual a melhor
maneira de intervir para ampliar suas construções. Também será
utilizado como instrumento avaliativo um "Diário de Bordo",
isso é, um registro feito ao final de cada aula, constando
considerações sobre o processo e seus envolvidos.
Referências
BARBOSA,
Ana Mae. Tópicos
utópicos.
Belo Horizonte: Editora C/Arte, 1998.
BRASIL. Ministério da Educação e do
Desporto. Secretaria do Ensino Fundamental. Parâmetros
Curriculares Nacionais.
Brasília, 1998.
CAXIAS DO SUL. SECRETARIA DE EDUCAÇÃO.
Referenciais
da RME,
Caderno 1. Prefeitura de Caxias do Sul, 1993.
ROSSI, Maria Helena Wagner. Imagens
que falam: leitura da arte na
escola. Porto Alegre: Editora Mediação, 2003.
______. A estética no ensino das artes
visuais. In: Educação &
Realidade - Dossiê Arte e
Educação: arte criação e aprendizagem, Porto Alegre, v. 30, n. 2,
jul./dez. 2005. p. 49-69.
ROSSI, M. H. W. A
leitura estético-visual no ensinar e aprender artes. In: XIV ENDIPE,
2008, Porto Alegre. Trajetórias
e Processos de ensinar e aprender:
práticas e didáticas. Porto Alegre: ediPUCRS, 2008a. v. 2. p.
445-458.
ROSSI, M. H. W.
Mediação Estética: o que
temos? O que precisamos?. In: Anderson Pinheiro. (org.). Diálogos
entre arte e público. Recife:
Fundação de Cultura Cidade do Recife, 2008b, v. 1, p. 73-77.